quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Síndrome da "Ostentação" Espiritual

Boa tarde, meus irmãos!

Não foi nada fácil escrever esse texto, mas esse tema vem se apresentando para mim com uma certa assiduidade, não apenas pelas situações, mas também as intuições do que dizer e de como devo me posicionar sobre isso, principalmente pela razão de que qualquer um está sujeito a cair, e aquele que caminha deve vigiar, certo?
Tema polêmico e complicado que não me cabe colocar um ponto final ou declarar verdade absoluta, esse é o meu ponto de vista intuitivo e partido de observação real, aceito observações, e espero que esse texto sirva ao menos de base para que meditem em reflexões bem maiores acerca desse assunto, esta é só a pontinha do iceberg...

Boa leitura, Namastê! :)

SÍNDROME DA "OSTENTAÇÃO" ESPIRITUAL

Flashes... caras, sorrisos e paisagens, mas... o que estou vendo é o que é?

Ser "do bem" virou moda, e muita gente sequer sabe o que é isso, como na época em que vazou na mídia que a cantora Madonna estava frequentando a Kabala e virou moda usar um cordãozinho vermelho no pulso (acredite!).


(Madonna vestindo camiseta com a frase "Kabalistas fazem melhor.")

A popularidade de novas religiões, de uma espiritualidade universal e de novos pontos de vista sobre o mundo são maravilhosos para a nossa evolução enquanto seres humanos, porém há muito o que atentarem-se para quais são os verdadeiros fins que estamos buscando.

Muitas pessoas caem de paraquedas num grupo espiritual e acabam realmente seguindo um bom caminho, mas ainda há muita gente que mal sabe o que está fazendo, assim como em outros tipos de modismos, as pessoas acabam crescendo os olhos em cima de tudo o que o representa como uma forma de tornar-se assim popular, esse é um dos grandes males da humanidade: a insegurança. É a necessidade de auto afirmar-se, a necessidade de ser aceito por algum grupo, de se sentir parte de algo que muitas vezes faz com que pessoas muitas vezes neguem sua própria natureza para tornarem-se aquilo que está "em alta".


(Apenas para ilustrar: P. Diddy fantasiado de Papa.)

Isso não é de todo ruim, já que é natural que o ser humano busque identificar-se com outros semelhantes para se sentir seguro, normal, o que ocorre é que nesse processo entre uns e outros há sempre um ego querendo sobressair-se, e é aí que mora o perigo, além de não compreender ou não verdadeiramente ser parte daquilo que represento, quero ser o melhor do grupo.

E assim começam todo um caminho agindo com falsidade, interesse, muitas vezes não sendo nem sinceros sobre seus sentimentos em relação as outras pessoas, pois apenas quero que todos gostem de mim, tenho que ser o mais querido, e aí as pessoas começam a acharem-se boas demais, sábias de mais, começam a achar que sabem mais que os outros, iludem-se acreditando serem grandes iluminados, mas apesar de quase sempre acreditarem fielmente na própria mentira, a máscara não aguenta muito tempo, e por debaixo do tapete começa a sair a poeira escondida pouco a pouco, eles não conseguem esconder o seu desejo verdadeiro, que não é o auxílio ao próximo, mas o status de "mestre de qualquer coisa", a posição hierárquica superior, colocando muitas vezes a integridade física e a espiritualidade das pessoas em risco por quererem sempre darem passos muito maiores que suas pernas.





Sinceramente, eu acho esse comportamento totalmente patológico e perigoso, beirando à um problema psiquiátrico real.

No fundo, isso é um problema de cada um, nem cabe-me julgar, me revoltar ou tentar consertar isso, isso existe desde que o mundo é mundo, e o poder sobrenatural sempre foi objeto máximo de desejo do homem... imortalidade, invencibilidade... O que me cabe nesse momento é conscientizar de algo que observo com frequência para que outros não caiam por este caminho ou para que você possa talvez identificar um possível mestre "picareta" e não se prejudicar com essa energia de arrogância dessas pessoas que se colocam sempre acima de todos.

Muitas vezes as pessoas vão tentar te colocar muros, vão te julgar louco, vão te calar, vão te impedir de fazer questionamentos e pouco a pouco vão te podando como o sistema tende a fazer conosco, indo bem fundo, posso inclusive acreditar que essas pessoas "falsas espirituais" acabam sendo em verdade instrumentos do mal para que permaneçamos em ilusão (maya), limitados, sem ao menos terem consciência disso, de que na verdade acabam sendo não um instrumento Divino, mas um instrumento do opositor, permitido pela Lei Divina, claro, como karma, como peça importante para nossa evolução... Quero dizer, isso tudo existe porque é mesmo necessário, mas assim como Deus nos deu as portas, ele também nos deu as chaves para abri-las, nesse momento, creio eu, este texto seja agora uma chave para que se abra a porta da ignorância e possa se ver o que há alem...

Flashes... caras, sorrisos e paisagens, mas... o que estou vendo é o que é?





Quando penso que sei muito, é nesse momento que devo lembrar-me da minha pequenez, nada sei...

Os verdadeiros mestres não dizem que "sou isso e aquilo", quanto maior a renúncia, maior é a iluminação, são verdadeiramente espiritualizados aqueles que não mais precisam de títulos, de agrados, de preferências, de holofotes, e mais do que isso, não precisam da sua aprovação, eles simplesmente são porque são, ou porque abstêm-se do "ser", porque são tal qual uma árvore é, são a sua própria natureza divina, e não modelos de um estereótipo pré-estabelecido de "como deve ser um mestre", ou pior "o que deve TER um mestre", se observarmos a maioria das histórias de mestres, gurus e santos, vamos encontrar alguns mendigos, dentre eles, o mais popular do ocidente: Jesus.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Livro: Prabhupada - Um Santo no Século XX

Boa noite! (ou madrugada já, rs...)
Salve, meus irmãos!

Recém chegada de viagem, pós virada de ano, primeiramente gostaria de deixar meus votos de um excelente Ano Novo para todos, cheio de bençãos e transformações, muito Amor a todos, pois isso basta para que conquistemos a Saúde, a Prosperidade, a Paz e tudo o mais que precisarmos!
Hoje, de forma simples, vou falar sobre um livro que terminei de ler há algumas horas, não pretendia falar sobre ele aqui, mas precisei compartilhar o que senti sobre ele, e longe de se tornar uma "resenha", esse texto é um comentário totalmente pessoal e íntimo de uma pessoa que se emocionou.
E, de certa forma, acabou sendo a minha maneira de expressar a gratidão por tamanho ensinamento recebido através da história deste inigualável Guru, uma forma de servir a Deus dando a minha pequena contribuição para que se propague a Consciência de Krishna, a Consciência de Deus.

Boa leitura, Haribol! _/|\_

Temas abordados: Sacerdócio, Hinduísmo Vaisnava, ISKCON, Hare Krishna, Consciência de Krishna, Guru, Prabhupada, Espiritualidade, Iniciação.

Título: Prabhupada - Um Santo no Século XX (Prabhupada - He Built a House in Which the Whole World Can Live)
Autor: Satsvarupa Dasa Goswami
Páginas: 307
Editora: The Bhaktivedanta Book Trust

Observação importante: Para obter este livro, entre em contato com algum templo da ISKCON próximo de você, ou encontre um devoto de Krishna! :)


Preciso dizer que esse foi o meu primeiro livro lido em 2015, e iniciei com chave de ouro, apesar de ter lido quase metade dele alguns dias antes da virada do ano... Eu precisava registrar, mas não tenho nem palavras para descrever a emoção dessa história, terminei a leitura hoje entre lágrimas e o que posso dizer é que ACHO que entendi, ou tive uma pequena prévia do que é um sentimento de devoção a um Mestre Espiritual, se não senti, coisa que nem devo ter me aproximado ainda, na minha pequenez, tive ao menos a compreensão do que é isso, aquele despertar repentino de pensar "nossa, isso realmente existe!"

Muito se houve falar nos templos ocidentais da Consciência de Krishna a respeito do Mestre Espiritual, sobre o Amor, a devoção, e eu nunca entendi como isso se procedia na prática, qualquer explicação sempre me pareceu muito distante, até eu ler este livro, tudo o que eu entendia sobre devoção até esse momento sempre se referia a um espírito ancestral, ou a uma força superior intangível, incompreensível talvez, apesar de senti-la dentro das minhas práticas espirituais de uma forma que para mim já me parecia realmente forte, tocante, mas imagino que ter Prabhupada vivo entre nós era como ter Jesus como seu Mestre Espiritual, devia ser algo realmente incomparável.

E através do conhecimento dessa história pude compreender a importância a um caminhante da vida religiosa da existência de um Mestre Espiritual vivo, realmente não há muito o que se dizer, apenas eu recomendo que leiam, o livro se trata da biografia de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, o homem que sozinho e idoso trouxe a Consciência de Krishna para todo o ocidente, homem que, para mim, só pode mesmo ser Santo, com todas as declarações de devotos e conhecidos, é notável que Prabhupada não era nem como outros Gurus vaisnavas, seu modo de vida e feitos não se assemelham a quase ninguém, podemos dizer que ele foi como Francisco de Assis ou como João de Camargo, olhando bem de longe, sem conhecer a fundo a história destes...


A vontade que tive era de me prostrar em reverência a ele, mesmo sem nunca tê-lo visto, de abraçá-lo e tê-lo como meu Mestre Espiritual, desejava poder tê-lo conhecido, ou ao menos tê-lo visto uma vez na vida, e quase que imediatamente tive a ideia fixa de que deveria providenciar um quadro com sua foto, eu o amo, por mais estranho que isso pareça, de alguma forma, eu acho que sempre vou me lembrar dele.
Todas as graças a Srila Prabhupada! Hare Krishna!

Apenas gratidão!