Hoje venho compartilhar uma poesia que comecei sem pretensão alguma sobre algumas coisas simples que gosto e se tornou o que para mim foi uma revelação profunda do meu lado guerreira, da minha alma vermelha e da minha honra a tudo aquilo que vive, ao Grande Mistério Divino, reconhecendo em cada pequena coisa, uma parte do Eu.
Espero que gostem! Aho! :)
PRINCESA DA MATA
Pessoa simples que senta no chão, que sorri pro
desconhecido, que abraça apertado, que olha mais pros seus olhos do que pras
suas vestes, que aceita a viagem, que pisa descalça na grama, na lama, na areia
e gosta de sentir a natureza entre os dedos dos pés, que não se importa de
caminhar, de dormir no chão, ou de varar a noite acordada só pra contemplar os
primeiros raios do Rei Sol.
Na mata eu sou Princesa, sou filha do Rei.
Sou mulher de flores, não de jóias... Ou melhor, sou mulher
de sementes, de plantas sem nome, rasteiras, sou do tipo de gente que abraça
árvore e bate palmas pro Rei Sol, sou daquelas que pedem licença pra entrar na
mata e que se curvam de joelhos perante Deus, que louvam aos ancestrais na
fumaça do cachimbo, no bater de palmas, no bater dos pés e no toque do
tambor...
Eu sou mulher. Mas também sou homem.
Sou os braços do guerreiro e da donzela eu sou a lágrima do
Amor, sou o menino que corre e a menina que canta, o velho curador e a velha
que tece a vida...
Eu sou a saudade da Terra, a tristeza do Mar, o sereno da
Lua, da índia eu sou o cocar... Sou cada pena arrancada da ave moribunda, e que
por ter passado por elas nos voos, eu sou então o Vento de todo o lugar. Eu sou
o Fogo que crepita na fogueira, sou cada tronco queimado lá.
Dos sinos sagrados, eu sou o Som, sou o tilintar.
De toda a Vida, eu sou tudo o que vibra, não só humana e
terráquea, eu sou Alma Divina...
Vinda do Juremá.
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